Quinta-Feira, 28 de Março de 2024 -

Continuaremos nas ruas para barrar o golpe

Publicado em: 19/04/2016
Dino Santos

Dino Santos

O dia 17 de abril de 2016 entrará para a história como uma data em que defensores da democracia saíram às ruas do Brasil para denunciar o golpe em curso, apesar de deputados manchados pela corrupção autorizarem o impeachment de uma presidente da República contra a qual não pesa nenhum crime de responsabilidade.

Em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, a mobilização começou às 10h da manhã e permaneceu até o último voto. Apesar da manipulação da Rede Globo, que transmitiu imagens da concentração pela manhã como se fosse o auge da manifestação, quem esteve presente nas imediações da região central de São Paulo sabe que mais de 200 mil pessoas ocuparam as ruas para defender a democracia.

A edição distorcida sobre as manifestações do último domingo na capital paulista apenas reforça como a mídia – que opera como propaganda ideológica – sustenta o discurso golpista de forças econômicas, conservadoras e reacionárias que alimentaram e financiaram a farsa que assistimos ontem na Câmara dos Deputados.

Todos que votaram pelo impeachment agiram por motivações políticas, seja por vingança, ódio, interesses pessoais ou econômicos. Praticamente nenhum deputado favorável à abertura do processo tratou do mérito do julgamento, que seria o suposto crime de responsabilidade fiscal.

Deputados com pendências em tribunais de contas, réus ou alvos de investigação foram protagonistas de um espetáculo horroroso, cujas justificativas dos votos variavam entre “em nome de Deus” – numa banalização religiosa – ou “em nome da minha família”.

O Brasil corre o risco de retroceder 31 anos, quando o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves de forma indireta, apesar de milhões de pessoas ocuparem as praças públicas para pedir por eleições diretas. O voto direto é uma conquista do povo brasileiro. Milhares morreram por essa luta. Se Michel Temer assumir a presidência de forma indireta repetirá a história como tragédia numa clara afronta à decisão do povo que elegeu Dilma Rousseff por 54 milhões de votos. Não permitiremos que uma turma golpista e irresponsável coloque isso a perder.

É um desrespeito à população brasileira assistir a condução do processo de impedimento de uma presidenta íntegra por um réu da estirpe de Eduardo Cunha, que já deveria estar afastado da presidência de uma casa tão importante como a Câmara Federal. Intensificaremos imediatamente a campanha Fora Cunha!

A nossa luta continua! Mobilizaremos São Paulo para resistir a esse golpe. Trabalharemos nos próximos dias pela realização de uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no dia 1º de maio, apoiada pela Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.

Às ruas e à luta!

Douglas Izzo
Presidente da CUT São Paulo

Fonte: Douglas Izzo – presidente da CUT São Paulo

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