Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024 -

Protestos em SP reforçam luta em defesa da educação e da aposentadoria

Publicado em: 14/08/2019
 MARIANA VALADARES

Pela terceira vez neste ano, estudantes, trabalhadores e movimentos se mobilizam para protestar contra medidas do Ministério da Educação (MEC) na gestão de Jair Bolsonaro e em defesa da aposentadoria.

Nesta terça (13), mobilizações ocorreram em todas as capitais do país. Em São Paulo, o ato principal reuniu milhares de pessoas no vão livre no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, na capital.

A mobilização se dá contra os cortes promovidos pelo governo Bolsonaro na área da educação e também ao programa “Future-se”, lançado há pouco e cujo objetivo é atrair incentivo privado às universidades públicas, acabando com o financiamento federal.

Os atos também pressionam contra a reforma da Previdência, aprovada no último dia 7, por maioria na Câmara federal. Com as atuais regras, se o texto for aprovado pelo Senado, os trabalhadores não conseguirão se aposentar com dignidade depois de uma vida inteira de trabalho.

Presidente da CUT-SP, Douglas Izzo afirma que, como nos atos anteriores, estudantes e trabalhadores se uniram para enfrentar os ataques promovidos pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “O estado de São Paulo registra atos em diversos lugares contra a retirada de verbas da educação e a reforma da Previdência. Mais uma vez, trabalhadores de diferentes categorias e estudantes vieram às ruas protestar contra os retrocessos desse governo”.

“Hoje as ruas do país estão tomadas por brasileiros que dizem não ao desmonte da Previdência, ao desmonte da educação e à entrega do patrimônio público, exigindo a defesa da democracia e da soberania. Além dos atos que ocorrem em todos os estados, as mulheres estão numa grande marcha em Brasília, infelizmente reprimido pela opressão de Bolsonaro e de Sérgio Moro”, diz o secretário-geral da CUT Brasil, Sérgio Nobre.

Estudantes nas ruas

Com faixas nas mãos, em diferentes pontos da Avenida Paulista, os estudantes entoavam gritos de ordem na tarde desta terça-feira  (13) enquanto caminhavam até o Masp.

“Não é mole não, tem dinheiro pra milícia, mas não tem pq educação. Olha o fascista!”, gritavam jovens de 16 a 20 anos.

Aos 17 anos, Natália Oliveira, estudante do ensino técnico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia em São Paulo, defende que é preciso lutar contra a privatização da educação em todos os níveis. “Queremos garantir o futuro de nosso país. Por isso, é importante que todos os setores da sociedade estejam mobilizados nas ruas do Brasil”, disse. 

Ao lado de Natália, o estudante do mesmo Instituto, João Gnecco, de 16 anos, também está nas ruas contra o governo.

“Bolsonaro representa o retrocesso de toda a luta estudantil, sempre aplicando medidas autoritárias tentando impedir a nossa luta. Eu gosto de lembrar que os estudantes em 1964, durante a ditadura militar, sofreram muitas perseguições. Mesmo assim, nunca deixaram de lutar. Se o governo acha que deixará o momento estudantil enfraquecido, ele está muito enganado porque a gente troca a desistência pela resistência”, afirmou.

Para a integrante do Coletivo Conviva Diferente – que atua com imigrantes em São Paulo, Erika Butikofer, a manifestação comprova o descontentamento com o governo.

“Estamos aqui lutando contra os ataques à pesquisa científica e nosso protesto é uma reação às ações e aos depoimentos diários e vergonhosos de Bolsonaro sobre qualquer matéria relacionada não só à educação e à ciência, mas aos direitos humanos e à diversidade”, explica a professora de língua espanhola, que é também mestranda pela Universidade Federal do ABC (UFABC).

Cidades mobilizadas

Em São Carlos, cerca de 1.500 estudantes das universidades públicas da região (USP e UFSCar) realizaram na manhã desta terça, 13, ato no centro da cidade. Representantes de movimentos sociais e sindical também participaram da manifestação, em defesa da aposentadoria. Ainda na madrugada, os metalúrgicos também dialogaram na porta da fábrica Eletrolux com os trabalhadores que chegavam para o expediente.

Na capital paulista, bancários realizaram paralisações parciais em algumas agências de bancos, alertando os trabalhadores para pressionar o Senado a votar contra a reforma da Previdência.

No início da manhã desta terça, em Araçatuba, a subsede da CUT-SP ao lado da Apeoesp, Afuse, Sindicato dos Ferroviários e CTB panfletaram no Calçadão. O mesmo ocorreu em Bauru, onde a CUT reforçou a mobilização para o ato que teve no início da noite, em frente à Câmara Municipal. Em Presidente Prudente, também no interior, durante a tarde, a subsede da CUT-SP e a Apeoesp fizeram panfletagem no centro da cidade, assim como em Itapeva. 

Sorocaba também teve mobilização de estudantes e trabalhadores pela manhã. Os participantes se concentraram na Praça Coronel Fernando Prestes, onde realizaram uma aula pública sobre o momento atual do país. Em seguida, percorreram em marcha as ruas do centro. Taubaté teve concentração para o ato por volta das 18h, mesmo horário da atividade programada para São José do Rio Preto, que teve caminhada até a Câmara Municipal.

Já em Campinas houve mobilização desde as 9h da manhã. Um ato chamado pela Apeoesp reuniu a militância no Largo do Rosário – Marielle Fraco. Também houve debates e assembleias na Unicamp e na porta de empresas. Durante a tarde, também no Largo, uma aula pública organizada por trabalhadores da educação discutiu a importância dos investimentos públicos para o desenvolvimento da ciência e saúde. No final da tarde, um novo ato reuniu centenas de manifestantes.

Fonte: CUT

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