Terça-Feira, 10 de Dezembro de 2024 -

Secor e CUT-SP Fortalecem a 21ª Marcha da Consciência Negra na Avenida Paulista

Publicado em: 22/11/2024

O Ato reuniu organizações do movimento negro, sindicatos, parlamentares e sociedade civil, com pautas como o fim do genocídio negro e a jornada 6×1 em destaque
A 21ª Marcha da Consciência Negra, realizada na quarta-feira (20) na Avenida Paulista, reuniu milhares de pessoas em defesa de direitos fundamentais para a população negra. Sob o lema “Palmares de pé, racismo no chão. Zumbi e Dandara vivem em nós!”, o ato contou com a participação de organizações do movimento negro, a CUT-SP, sindicatos, parlamentares e membros da sociedade civil.

O evento teve como uma de suas homenagens o ativista Flávio Jorge, ex-Secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT e membro da Executiva da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), que faleceu em junho deste ano após luta contra o câncer.

Durante o ato, temas centrais foram abordados, como o fim da jornada de trabalho 6×1, o combate ao genocídio negro e a garantia de direitos para as mulheres negras. A recente promulgação do dia 20 de novembro como feriado nacional também foi celebrada como uma vitória histórica.

“O 20 de novembro, como feriado nacional, é um marco para o povo negro. Ele simboliza nossa resistência e a luta por direitos que precisam ser ampliados e garantidos”, afirmou Raimundo Suzart, presidente da CUT-SP, que participou da marcha.
Rosana Silva, secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, ressaltou a importância da presença da central sindical no evento. “A CUT-SP continua firme na luta contra o racismo nos locais de trabalho, apoiando os sindicatos na inclusão dessa temática nas convenções coletivas e fortalecendo canais de denúncia e políticas de enfrentamento”, destacou.

Edson Bertoldo, dirigente do SECOR/CUT e Secretário de Políticas Sociais da CUT/SP, também se manifestou. Ele explicou que o feriado de 20 de novembro deve ser visto como uma homenagem ao povo negro, que ao longo dos anos tem batalhado por melhores condições de vida e trabalho. “No Congresso, discutimos o fim do 6×1, mas a verdadeira vitória dos trabalhadores será a redução da jornada semanal de 44 para 40 horas, sem redução salarial. Essa luta precisa ser uma prioridade legislativa, não só uma pauta de negociação coletiva”, afirmou Bertoldo.

Outro ponto importante debatido na marcha foi a violência de estado contra a população negra. Dados da Rede de Observatórios da Segurança revelaram que, em 2023, 87,8% das vítimas de mortes violentas cometidas por policiais no Brasil eram negras. Esse número alarmante reforça a urgência da luta contra o genocídio negro.

O ato também contou com apresentações culturais, como o bloco afro Ilú Oba de Min, além de falas de representantes dos movimentos e parlamentares federais e estaduais. A caminhada seguiu pela Rua Augusta, encerrando o evento em frente ao Teatro Municipal.

Com essa mobilização, a marcha reafirma o compromisso com a luta pela igualdade, pela redução da jornada de trabalho e pelo fim das violências que atingem a população negra no Brasil.

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