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Publicado em: 15/10/2015

A quase um mês da Marcha das Mulheres Negras, a Central Única dos Trabalhadores lança no segundo dia do 12º ConCut, a Década Internacional dos Afrodescendentes. “Nada mais oportuno do que fazer o lançamento dessa década no ConCut. É no mercado de trabalho que os negros e negras mais percebem o preconceito racial. E nós como sindicalistas temos a obrigação de defender a igualdade de direitos”, destacou a secretária de Combate ao Racismo da CUT Nacional, Maria Júlia

A década foi instituída pela Organização das Nações Unidas, por meio da resolução 68/237 da assembleia geral que determinou que entre 2015 e 2024, todos os estados membros, sociedade civil e todos os outros atores relevantes, devem tomar medidas eficazes para implementação de programas e atividades que debatam questões raciais, combate ao racismo, valorização e promoção do patrimônio diversificado, da cultura e da contribuição dos afrodescendentes para a sociedade.  

Na mística de abertura organizada pela CUT, na manhç desta quarta-feira, dia 14, capoeiristas realizaram uma apresentação e demonstraram o porquê da capoeira ser patrimônio cultural e imaterial brasileiro. Segundo Maria Júlia a apresentação foi escolhida, pois ressalta a importância da capoeira que sobreviveu a todos os tipos de preconceitos e firmou-se com símbolo de resistência que muito orgulha e inspira todos os afrodescendentes.

Ao apresentar os objetivos da Década Internacional, a secretária destacou o papel dos negros no Brasil e chamou a atenção de todos ao apontar as dificuldades enfrentadas pelos negros no mercado de trabalho. Os negros correspondem a 48% dos ocupados, mas recebem por seu trabalho 63,9% do que recebem os não negros.

“No Brasil a luta do movimento negro é contra o racismo ainda velado. É contra a dificuldade do emprego e violência. A cada três pessoas assassinadas, duas sço negras e a solução para tudo isso está na educação e na igualdade de oportunidade”, afirmou Maria Júlia ao relembrar que a CUT, bem como a Contracs, possuem a campanha permanente de combate ao racismo.

Para o presidente reeleito da CUT Nacional, Vagner Freitas, a década é importante para aumentar o engajamento das campanhas contra o preconceito no Brasil. “As oportunidades não sço iguais e as mulheres negras sço duplamente discriminadas. Combater ao preconceito é também combater ao capitalismo, que se aproveita dese absurdo para fazer diferenças nos salários”.

O racismo presente nos meios de comunicação e na televisço, que quase não tem representantes ou personagens negros protagonistas, também foi debatido, por meio da jovem MC Sofia, de 11 anos. Ao fim, Maria Júlia reforçou a importância de todos permanecerem unidos e engajados na luta e convidou todos a participarem da Marcha das Mulheres Negras que ocorre no dia 18 de novembro, em Brasília. 

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