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Com falta de funcionários, McDonald’s contrata só para os finais de semana

Publicado em: 30/06/2014
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O McDonald’s iniciou um projeto-piloto que oferece vagas de trabalho apenas nos finais de semana em seis restaurantes que recebem grande número de clientes, a maioria em shoppings, e localizados na zona leste de São Paulo.

O objetivo é reforçar a operação em dias de maior movimento e, consequentemente, melhorar o atendimento das lanchonetes.

Isso porque o McDonald’s enfrenta escassez de candidatos, que já se recusam a dar expediente nos finais de semana por conta de um mercado de trabalho mais aquecido e mais opções de trabalho, que não exigem o sacrifício do período de lazer ou oferecem rendimentos maiores.

As vagas para dois turnos, de sexta-feira a domingo ou sábado e domingo, são uma forma encontrada pela rede de encontrar profissionais que buscam complemento de renda, mas, em contrapartida, não querem sair do emprego em período integral durante a semana.

Ana Faiad, especialista em recursos humanos e treinamento do McDonald’s, aponta que a rede identificou profissionais com o perfil, mas que não eram contratados pela rede porque não queriam largar o emprego durante a semana. “A ideia é retê-los: fazer com que esses trabalhadores se tornem efetivos após serem contratados por meio período”, diz a executiva da rede.

Salário é proporcional ao de trabalhadores fixos

Desde março, quando o projeto foi iniciado, até meados de abril, o McDonald’s já identificou o perfil de trabalhadores que são atraídos pelas novas vagas. “Eles têm entre 25 e 37 anos, família e um emprego formal ou informal. Buscam trabalho a mais para contribuir com a assistência aos filhos”, diz Ana.

Com a estratégia, a rede consegue também driblar custos trabalhistas com funcionários em período integral e, ao mesmo tempo, reforça a operação nos dias de maior demanda, buscando melhorar o atendimento em um ambiente de maior concorrência e diante de um consumidor mais exigente, com mais renda. Segundo o McDonald’s, todos são contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O salário dos atendentes de fim de semana é o mesmo dos profissionais em período integral, porém proporcional ao número de horas trabalhadas. Eles também recebem adicional noturno.

A prática está de acordo com a legislação. O horário diferenciado pode ser pactuado entre empregado e empregador, contratado de forma direta, em um contrato por tempo indeterminado, diz a advogada trabalhista Daniela Ruth Cabral Espinheira. “Porém, as horas trabalhadas por dia e semana não devem ultrapassar o permitido por lei e o funcionário deve receber salário proporcional ao período trabalhado”, aponta.

A meta é contratar de cinco a dez funcionários para os fins de semana por unidade do projeto. As unidades têm de 60 a 150 trabalhadores. Os contratos são por prazos indeterminados. O McDonald’s dá a esses profissionais o mesmo oferecidos aos que trabalham com o contrato tradicional: alimentação no local, seguro de vida, assistência médica e odontológica, vale-transporte

O objetivo, caso o projeto tenha os resultados esperados, é ampliá-lo para outras localidades da capital paulista e do Estado, onde a rede tem 350 restaurantes.

O McDonald’s não prevê, com as novas contratações, flexibilizar a jornada de trabalho para os funcionários fixos, que têm hoje apenas uma folga por semana, aos domingos.

Dificuldade para contratar

Ana Faiad reconhece o problema da falta de mão de obra no País. “No ramo de alimentação não temos o mesmo número de candidatos observado nos anos anteriores. Há dificuldades em contratar”.

Para encarar o problema, ações da rede de fast food são reforçadas. O McDonald’s vai investir 20% a mais em treinamentos este ano, e o valor deve atingir R$ 40 milhões.

Na tentativa de reter funcionários e diminuir a rotatividade dos trabalhadores, o McDonald’s faz desde o ano passado competições entre restaurantes de todo o País para premiar cerca de 100 profissionais, de diferentes áreas, com bolsas de estudo.

A bolsa, custeada de forma parcial e por tempo determinado, pode estar relacionada tanto a um curso universitário como profissionalizante.

 Fonte: IG – Marília Almeida

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