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Comércio atrai mais empregos

Publicado em: 09/01/2014
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Com o tímido crescimento da produção industrial em 2013 e a construção civil dando sinais de que entra em desaceleração, analistas apostam no setor terciário como alavanca para a geração de emprego e renda em 2014

Com a indústria brasileira patinando e garantindo taxas de crescimento pouco animadoras – 0,6%, 0,6% e – 0,2%, respectivamente em setembro, outubro e novembro -, e a construção civil em ritmo de desaquecimento com a finalização das obras da Copa do Mundo, a esperança para o mercado de trabalho neste ano que se inicia vem do setor de comércio e serviços. Com uma taxa de crescimento estimada, para 2013, em 4,5%, e uma recuperação moderada nas vendas da ordem de 6%, segundo previsão da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a expectativa é que o setor terciário puxe, mais uma vez, a geração de empregos no país em 2014 e mantenha o nível de desocupação baixo, em torno dos mesmos 4,6% registrados em novembro pelo IBGE.

A construção civil, um dos segmentos que mais contribuíram para o aumento de postos nos últimos dez anos (2002 a 2012) e que só em 2012 gerou 2 milhões de vagas – 6% de todo o emprego formal no país, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) -, está em ritmo de desaceleração. Segundo dados do último trimestre (setembro, outubro, novembro) da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE(PME), a taxa de ocupação do setor, embora estável, se mostra em queda.

Em novembro, dado mais recente do IBGE, a taxa de ocupação comparada com o mesmo mês do ano anterior registrou recuo de 4,4%. Em outubro, a variação ficou também negativa, -4%. Para o economista da CNC, Fábio Bentes, a tendência nacional mostra uma aceleração da migração de profissionais dos ramos da indústria e construção civil para o setor de comércio e serviços. Segundo o economista, o movimento já é intenso em Salvador, desde maio.

“Mesmo o estado contando com a pior performance no varejo, a taxa de ocupação no setor de comércio e serviços na capital cresceu 15%. Quando se olha para a indústria e a construção civil, no entanto, a ocupação caiu 11%”, destaca Bentes, que esclarece que, em Salvador, o comércio teve um crescimento médio em volume de vendas de 1,9%, bem atrás da média nacional, que é de 4%.

“Apesar de não ir tão bem, o comércio está absorvendo pessoal, mas a custa de salários baixos. Em termos de Brasil, deveremos ter um ano de recuperação moderada para o setor, mas que acabará por garantir essa absorção de pessoal”, completa Bentes.

Gerente executivo da unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco acredita que a indústria vai tentar ao máximo segurar os bons profissionais, evitando grandes demissões.

“Apesar do desempenho fraco, especialmente em 2012, os setores industriais vêm mantendo uma taxa de ocupação relativamente elevada. Uma das razões é que como a economia está num nível de emprego alto, as indústrias têm medo de perder os trabalhadores qualificados para outras áreas da economia”, afirma Castelo Branco.

Segundo dados da RAIS/MTE, só em 2012 as indústrias do petróleo e minério de ferro e de transformação responderam por quase 18% dos empregos formais no ano – 8 milhões. No entanto, a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE revela uma aceleração da desocupação no setor. Em novembro, a taxa de ocupação teve recuo de 3,9%, frente ao mesmo período de 2012 e, em outubro, a queda foi de 2,4%.

Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, 2014 se inicia com um mercado de trabalho aquecido. Segundo o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da FGV, houve um avanço de 2,1% em dezembro em relação ao mês anterior, o que, segundo o especialista, mostra um cenário positivo de recuperação de geração de empregos para o ano, com o retorno de contratações.

Por outro lado, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD/Ibre), que marcou alta de 1,2% entre dezembro e novembro, revela um aumento do desemprego que, para Barbosa Filho, não significa um desaquecimento do mercado. Os dois indicadores são calculados com base em avaliações de consumidores e de empresários da indústria e da área de serviços.

Um dos segmentos que mais contribuíram para o aumento de postos de trabalho nos últimos dez anos, a construção civil apresentou taxa de ocupação negativa nos últimos meses de 2013

As Pesquisas Mensais de Emprego do IBGE revelam uma aceleração no ritmo de desocupação na cadeia industrial. Em novembro, a taxa de ocupação registrou recuo de 3,9%.

Fonte: Brasil Econômico

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