Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024 -

Como economizar água em casa

Publicado em: 23/02/2015
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Tomar banhos rápidos e não deixar torneiras pingando — você já deve estar cansado de ouvir essas recomendações. Se mora no Sudeste, provavelmente já tomou essas medidas diante da crise hídrica. Mas existem iniciativas que vão muito além de fechar a torneira para escovar os dentes. E, mesmo com o fevereiro mais chuvoso em nove anos, a população não pode deixar de economizar, defendem especialistas.

Nesta quinta-feira (19/02), o sistema Cantareira, principal reservatório da capital paulista, voltou a ter alta acima da média — está com 9,5% do seu segundo volume morto.

No entanto, Gabriela Yamaguchi, gerente de comunicação do Instituto Akatu, aponta que o impacto dos últimos aumentos é muito pequeno. “É olhar para um copo de água vazio e enxergar algumas gotinhas dentro”, afirma ela. “Não tem alívio nenhum diante desse colapso que vivemos no momento. Não há motivo para diminuir o alerta.” Confira dicas para diminuir o uso da água na sua casa:

Conheça seu consumo. A principal ação que os consumidores devem tomar, segundo o engenheiro Ricardo Chahin, gerente do Programa de Uso Racional de Água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), é estudar com cuidado o medidor de água de suas casas. “É importante conhecer o hidrômetro, fazer leituras periódicas e comparar o consumo desse período com a ocupação do imóvel”, disse em entrevista à Época NEGÓCIOS. Tendo ideia de quanto a casa gasta, além de controlar o consumo, o morador pode comparar os números com os resultados de familiares e vizinhos. Se houver uma diferença muito alarmante, é recomendado procurar por vazamentos.

Use aparelhos que gastem menos água. Os usuários devem procurar no mercado equipamentos destinados ao combate do desperdício: chuveiros, vasos sanitários, lavatórios e torneiras para a cozinha. Existem duchas que economizam até 70% de água, sem comprometer a qualidade do banho. “O equipamento obriga o usuário a economizar água”, afirma Leonardo Lopes, fundador da empresa Acquamatic do Brasil, especializada nesse tipo de aparelho. “As gerações futuras estão sendo educadas nas escolas, mas a atual não tem a cultura de economizar, os equipamentos são voltados para ela.”

Reuso na hora de lavar roupas. A cada ciclo de uma máquina de cinco quilos são gastos 135 litros. Essa água pode ser coletada. A que vem da primeira lavagem, com sabão, pode ser usada para dar descarga e lavar o quintal ou o carro. Já o segundo enxague da máquina, “a água do amaciante”, mais limpa, pode abastecer a próxima lavagem. “Casas com muita gente podem usar o enxague das roupas brancas para lavar as coloridas”, diz Gabriela, do Instituto Akatu. “Também é importante, dentro lavanderia, acumular o máximo de roupa possível antes de lavar.”

Mude o jeito de lavar a louça. Em uma casa que tem entre três e quatro pessoas, a cada lavagem de louça o consumo médio é de 140 litros de água. A recomendação é utilizar guardanapos — que podem ter sido usados na própria refeição — para fazer a primeira limpeza dos pratos, retirando os restos de alimentos. Em seguida, faça o ensaboamento a seco. Só ligue a torneira para enxaguar. Com isso, o consumidor economiza até 110 litros. Para economizar ainda mais, é possível fazer o enxague com duas bacias cheias de água limpa, em vez de usar a torneira. Após ensaboar, molhe a louça na primeira e, depois, repita o processo na segunda para garantir que o sabão saiu.

Tome cuidado quando for armazenar. Em moradias sem caixa d’água, consumidores já usam diversos tipos de recipientes para guardar água. O cenário se repete também em casas em que a caixa é pequena ou não dá conta do consumo da família. No caso de baldes e outros compartimentos abertos, é preciso tampá-los bem para impedir a contaminação por mosquitos da dengue e outros insetos, diz Gabriela, do Instituto Akatu. E, se a água está sendo guardada para beber, ela não pode ficar no chão, mesmo que muito bem fechada, para evitar contaminação. Garrafas de produtos de limpeza nunca devem ser reutilizadas. “Você pode armazenar, desde que com responsabilidade”, diz Chahin, da Sabesp.

Posso coletar água da chuva? Pessoas que têm casas maiores têm a chance de armazenar chuva. No entanto, essa água não é potável. Traz uma serie de resíduos da atmosfera, que são poluentes. Se ela passa pelo telhado e pela calha antes de cair no recipiente em que será armazenada, é ainda pior. “Não adianta ferver”, afirma Gabriela. Por isso, ela não pode ser usada para consumo humano ou para tomar banho. Utilize-a somente para limpeza — do quintal, carro, casa — e na descarga. O período máximo de armazenamento é de quatro dias, já que é uma água com muitos resíduos orgânicos.

Use o celular. Existem vários aplicativos gratuitos que podem ajudar na hora de economizar água. Um exemplo divertido é o “Sai Desse Banho”, ferramenta que alerta quando o tempo na ducha passar do que foi programado. Para quem precisa de uma ajuda na hora de calcular os gastos, uma alternativa é o iWater, que gerencia o consumo do usuário. Por sua vez,  o Pegada Hydros ajuda a descobrir a quantidade de água que você consome diariamente.

Devo começar a comprar água no mercado para fazer um estoque? Segundo Gabriela, a falta de informação sobre o que deve acontecer e a preocupação em relação à qualidade da água que chega nas casas leva as pessoas a comprarem galões em supermercados. Mas essa atitude não é recomendável. Para fabricar uma garrafa de água mineral, gasta-se muita água, por isso não é o caminho mais sustentável. “Sabemos que a água de garrafa não é a solução mais adequada”, afirma ela. A empresa responsável pelo abastecimento em São Paulo também não recomenda a medida. “Não é necessário, a Sabesp tem condições de continuar atendendo, assim como tem feito. Não estamos ainda em ‘economia de guerra’”, diz Chahin.

Fonte: Época Negócios – Edson Caldas

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