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Disparada de preços nos supermercados esvazia carrinhos de compras de trabalhadores

Publicado em: 23/03/2022

Os aumentos nos preços dos alimentos, bebidas e produtos de higiene e limpeza estão, desde o ano passado, esvaziando os carrinhos de supermercados dos trabalhadores e trabalhadoras, cujos salários estão tendo reajustes menores do que a inflação. Menos compras ainda estão fazendo os  aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que não têm mais aumento real do benefício desde que Jair Bolsonaro (PL) assumiu a Presidência da República, em 2019.

A combinação de preços altos versus salários arrochados levou as famílias brasileiras a reduzirem em 5,6% o número de produtos de uma cesta de compras com 120 categorias, em 2021. E ainda assim aumentaram os gastos em 8,6%, em relação a 2020, segundo pesquisa da consultoria global Kantar.

A coordenadora da pesquisa de preços da cesta básica do Dieese, Patrícia Costa, prevê uma piora nesse quadro econômico com a guerra entre Rússia e Ucrânia, impactando ainda mais nos preços dos alimentos, embora o consumidor brasileiro já sentisse o peso, por causa dos custos da energia, dos combustíveis e das tarifas das empresas.

“O cenário é preocupante. A gente tem de lidar com o tal ‘mercado futuro’ que ao sentir que os preços do commodities como o trigo, por exemplo, vão aumentar por algum fator, já reajusta sem antes mesmo de pagar mais caro pelo produto”, explica Patrícia.

Os reajustes nesses produtos já foram sentidos nos 12 primeiros dias de março, superando o mês de fevereiro inteiro. A farinha de trigo ficou, em média, 4,46% mais cara, o preço do macarrão com ovos subiu 4,24%, o de biscoitos, 2,62% e o do óleo de soja, 5,79%, de acordo com o levantamento feito, a pedido do jornal O Estadão, pela startup Varejo 360.

Embora a pesquisa mensal do Dieese do valor da cesta básica para o mês de março, nas capitais país ainda não tenha sido fechada (será divulgada em 6 de abril), Patrícia Costa, acredita que o impacto será sentido na coleta de preços.

“Por um lado, o Brasil depende em boa parte do trigo importado da Rússia. Já a Ucrânia é uma grande produtora de óleo de girassol. Havendo diminuição do produto à venda, o consumidor deve recorrer ao óleo de soja, que consequentemente poderá aumentar ainda mais”, conclui a supervisora da área de preços do Dieese.

Fonte: CUT

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