Quinta-Feira, 28 de Março de 2024 -

Brasil precisa mudar leis para garantir igualdade de gênero no trabalho

Publicado em: 17/05/2018

Mulheres ganham entre 25% a 30% menos que os homens em trabalho semelhante. Se for negra, é metade do salário do homem
Arquivo/Agência Brasil

Divulgado na última segunda-feira (14) pelo Banco Mundial, na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, o estudo Mulheres, Empresas e o Direito 2018: Igualdade de Gênero e Inclusão Econômica, referenda dado de pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2017, apontando que a melhoria nas condições econômicas das mulheres no mercado de trabalho do Brasil poderia aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 3,3%. O estudo considera a desigualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho, levando-se em conta salários, gestão e participação nas empresas.

A análise compara a situação das mulheres em 186 países, considerando desde a presença delas no mercado de trabalho, além de outros elementos da igualdade entre homens e mulheres, como a licença parental – que no Brasil pode chegar até a seis meses para a mulher, mas apenas cinco dias para o homem, enquanto em outros países essa licença pode chegar a dois anos, divididos entre os pais.

“São exemplos que mostram a desigualdade da presença de homens e mulheres no mercado de trabalho, mas essa desigualdade também está presente em vários outros direitos civis. Em muitos países, a desigualdade está também em vários aspectos da cidadania e da liberdade das mulheres”, analisa o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

O diretor do Dieese enfatiza que, em alguns aspectos, o Brasil já conseguiu superar essa desigualdade dos direitos civis, mas em muitos outros países isto ainda limita o acesso à igualdade, a liberdade de expressão, de circulação e até o direito à propriedade.

O trabalho mostra que na maioria dos países não há qualquer tipo de cota para as mulheres participarem da direção das empresas. Uma das exceções é o Canadá, onde existe um critério que garante a participação delas em conselhos de empresas, o que resultou num aumento de 18% para 25%.

“Esse estudo converge no sentido de que nós deveríamos avançar em legislação e negociações que criassem condições para que as mulheres tivessem igualdade, do ponto de vista das condições econômicas e acesso aos postos de trabalho, na gestão e direção das empresas”, afirma Clemente.

Fonte: Rede Brasil Atual

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