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Especialistas dizem que crise hídrica era previsível desde 2013

Publicado em: 13/02/2015
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Especialistas do setores hídrico e elétrico afirmaram nesta quinta-feira (12), durante reunião na Academia Brasileira de Ciência, no Centro do Rio, que a crise da água que atinge o Sudeste do país era previsível há mais de um ano. Segundo eles, mesmo que chova acima da média histórica nos reservatórios, 2015 será um ano difícil para o abastecimento.

“Em novembro de 2013 já era possível antever isso, sem nenhuma bola de cristal. Nós antevimos que esse problema ia acontecer, sugerimos racionalização do uso, sugerimos aumento tarifário, nada foi feito”, disse Paulo Canedo, coordenador de hidrologia da Coppe-UFRJ.

As críticas da Academia Brasileira de Ciências foram reunidas em um documentário e entregues aos governos de Rio, São Paulo e Minas Gerais.

Os cientistas alegam que os governantes deram pouca importância aos alertas feitos antes da crise hídrica. Eles também criticam a falta de transparência e demora em tomar decisões, como o incentivo à economia de água e luz.

“A população não tem a real dimensão da crise e nem está sendo preparada pra enfrenta-la. Isso no mínimo é irresponsável”, disse Sandra Maria Feliciano, Diretora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Para reduzir o desperdício nas irrigações, a Embrapa lançou um site ensinando agricultores a consumirem o mínimo de água possível nas lavouras. No Rio, a Cedae lançou uma campanha de rádio e TV para estimular a população a economizar.

“Falta isso, chegar na população e dizer, olha, a crise é muito séria. Falta água pro abastecimento, falta água pra produção de alimentos, falta agua pra produção de energia, no caso de São Paulo, falta água pra hidrovia, fechou hidrovia, e é isso meus amigos, eu preciso de ajuda. É o que se espera”, disse José Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos.

Reservatórios baixos
Dos quatro reservatórios que abastecem o estado do Rio, apenas o de Santa Branca (SP) operava no volume morto, nesta quinta-feira (12). No domingo (8), o de Paraibuna (SP) saiu do volume morto após chuvas. Apesar de estarem com volume considerados baixos, os reservatórios de Funil (RJ) e Jaguari (SP) não chegaram a sair do volume útil. Todos utilizam água do Rio Paraíba do Sul, que passa por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira (12), o nível da bacia do Rio Paraíba do Sul, que é a média do volume dos quatro reservatórios, chegou a 3,14%.

Ministra nega crise no RJ
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, chegou a dizer na segunda-feira (9) que o Rio de Janeiro não enfrenta condições críticas de falta de água. Mas ela anunciou que a vazão do Rio Paraíba do Sul, que chega à elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí, terá de ser reduzida de 140 metros cúbicos por segundos para 110 metros cúbicos por segundo. A afirmação foi feita após um encontro com o governador Luiz Fernando Pezão e o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio.

“Para abastecer o Rio, a Cedae precisa alocar 50 metros cúbicos de água por segundo no total. Estamos despachando 140 metros cúbicos por segundo caindo para 110. A discussão não é que está faltando água no Rio. O Rio tem água mas tem que administrar essa água com racionalidade porque estamos usando o volume morto da energia elétrica”, disse a ministra.

Segundo Izabela, o Rio não tem a condição crítica que tem hoje São Paulo ou o Espírito Santo.

“O Rio está trabalhando com reservas de água do Paraíba do Sul, do reservatório de Paraibuna, e nós estamos assegurando, em função das regras de operação do Sistema Guandu, que essa água dure. Precisamos não só assegurar isto do ponto de vista da oferta de água bruta, mas também do comportamento de cada cidadão de poupar água”, afirmou Teixeira.

Fonte: G1

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