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Frente Brasil Popular em SP cobra apuração da corrupção na merenda

Publicado em: 25/02/2016
Sérgio Silva

Sérgio Silva

Os corredores e galerias da Assembleia Legislativa paulista foram tomados nesta terça- feira (23), por cerca de 2.000 pessoas integrantes da Frente Brasil Popular em São Paulo, que agrega mais de 60 entidades, dentre as quais a Central de Movimentos Populares, a CUT e CTB, o Movimento dos Atingidos por Barragem, a Apeoesp, Ubes, Upes, UEE, Levante Popular da Juventude e Marcha Mundial das Mulheres.

As entidades compuseram as manifestações em prol à imediata instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Merendas.

As primeiras notícias de desvio dos recursos das merendas das escolas públicas vieram à tona em 19 de janeiro, a partir das investigações da promotoria da cidade de Bebedouro, quando seis pessoas, entre funcionários e dirigentes da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), foram presas.

As suspeitas recaem sobre contratos superfaturados conduzidos pela Secretaria Estadual de Educação e prefeituras que fornecem merendas para creches e escolas públicas de ao menos 22 cidades, do interior do Estado.

As investigações apontam que o desvio pode ter alcançado R$ 25 milhões dos recursos dos cofres públicos que foram drenados para deputados da base do governador e funcionários de alto escalão, como Luiz Roberto dos Santos – vulgo “Moita”, acusado de negociar e coletar propina, quando exercia o cargo de chefe de gabinete da Casa Civil da administração de Geraldo Alckmin.

Constam na lista de suspeitos vários secretários estaduais: Edson Aparecido (Casa Civil) Arnaldo Jardim (Agricultura), Duarte Nogueira (Logística e Transportes) e o ex- secretário de estadual de Educação, Herman Voordwald. Todos homens do primeiro escalão do governo do PSDB no Estado de São Paulo. Há ainda os deputados federais Baleia Rossi do PMDB e Nelson Marquezelli.

CPI Já

Os integrantes da Frente Brasil Popular em SP abordaram os deputados na tentativa de sensibilizá-los para que apoiem o pedido de CPI da Merenda de autoria da bancada petista, que coletou 23 assinaturas. Para abertura da Comissão são necessários 32 para o pedido ser protocolado.

Durante as manifestações no interior da Assembleia Legislativa, estudantes, professores, militantes e ativistas sociais entoavam palavras de ordem e cantigas com críticas ao fechamento de salas de aula e corrupção nas licitações para na aquisição da merenda.

Parte dos participantes protocolaram nos gabinetes o pedido de instalação imediata da CPI da Merenda e, conforme a posição do mandato, eles colavam adesivo em apoio ou não às investigações.

Plenário Obstruído

Paralelamente ao ato e manifestações acontecia a sessão no plenário da Assembleia, a cada manifestação dos deputados da oposição que criticam a falta de transparência do governo Alckmin, a deputada do PSDB Analise Fernandes, suspendia a sessão e por várias vezes criticou e ameaçou retirar a plateia que vaiava e ou aplaudia os oradores.

Na avaliação do coordenador da Frente Brasil Popular em SP e presidente da CUT/SP, Douglas Izzo, a Assembleia Legislativa deve cumprir seu papel e apurar os responsáveis pelo desvio dos recursos da merenda escolar. “O presidente da Assembleia, o deputado Fernando Capez (PSDB), assinou o pedido de CPI, num jogo de cena. Nós sabemos que regimentalmente sua assinatura não pode ser contabilizada para o protocolo do pedido da CPI, mas nós esperamos que ele fale com os deputados da base de sustentação para que permitam as investigações para valer”, defendeu.

 

Fonte: CUT SP

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