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Grito dos Excluídos reúne 20 mil em SP

Publicado em: 08/09/2016
Dino Santos

Dino Santos

Com Temer no governo, a exclusão e a retirada de direitos aumentarão. Esta é a certeza dos movimentos sindical e sociais que foram às ruas neste dia 7 de setembro, Grito dos Excluídos, para protestar contra a permanência de golpistas no poder.

Diferente de anos anteriores, quando a pressão era por avanços nos direitos sociais e trabalhistas alcançados, este Grito representou resistência contra o retrocesso, avalia o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo. “Vamos permanecer nas ruas e seguimos na construção da greve geral”, afirmou o dirigente, ao repreender também a violência da Polícia Militar comandada pelo governo de Geraldo Alckmin nos atos dos movimentos de esquerda.

Manifestações ligadas aos movimentos que compõem a Frente Brasil Popular ocorreram na cidade de São Paulo, onde o número de participantes foi maior, e nos municípios de Bauru, Campinas e São Carlos. Os atos reuniram cerca de 20 mil pessoas.

Em São Carlos, os movimentos saíram do Largo do Pará, percorreram a Avenida Francisco Glicério até o Largo do Rosário. Em São Carlos, a marcha saiu da Praça do Mercado, rumo à Praça XV de novembro, numa caminhada de 3 km.

Na capital, organizada pela Central de Movimentos Populares (CMP), com o apoio de entidades como a CUT, a caminhada partiu da Praça Oswaldo Cruz, passou pela Avenida Brigadeiro Luis Antônio até o Monumento às Bandeiras. Participaram também o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e, ao longo da marcha, somaram-se na caminhada o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o ex-senador Eduardo Suplicy.

Coordenador estadual da CMP em São Paulo, Raimundo Bonfim, afirmou que é preciso aumentar o trabalho nas bases para se fazer a disputa política. “Esse governo golpista quer atacar os direitos trabalhistas e sociais, entregar as riquezas de nosso país. Por isso, o Grito tem um significado de resistência popular, pelos movimentos, pela juventude e pelas mulheres”, disse, ao ressaltar a unidade construída entre entidades que lutam por moradia, saúde e educação pública de qualidade e garantia de direitos.

O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, lembrou durante o protesto que os movimentos também sairão às ruas da cidade de São Paulo nesta quinta-feira (8) pelo Fora Temer, Nenhum Direito a Menos e Diretas Já. E que o movimento sindical se prepara para o Dia Nacional de Paralisação, em 22 de setembro.

Confira, abaixo, o depoimento de dirigentes cutistas neste dia 7 de setembro:
Petroleira, Cibele Vieira – Secretária de Juventude da CUT São Paulo

“Estamos denunciando mais uma vez a exclusão que o capitalismo causa em nossa sociedade e este ano, especificamente, a ruptura democrática que é o impeachment sem base legal, porque não conseguem chegar ao poder
de maneira democrática. E denunciando que esse golpe mira a soberania nacional, a autonomia do Brasil em definir o seu futuro, com fortes ataques a estatais, ao pré-sal e à Petrobrás. Dizem que não tem recursos e querem entregar o pré-sal de mão beijada aos estrangeiros, além de ataques aos direitos da classe trabalhadora, porque dizem que a Constituição de 1988 deve ser revogada.”

Bancária, Adriana Magalhães – Secretária de Comunicação da São Paulo

“O Grito dos Excluídos é importante porque está na rua a classe trabalhadora, quem luta pela moradia, idosos, crianças, quem mora na periferia para dizer Fora Temer, nenhum direito a menos. Esse golpe é contra a classe trabalhadora. Quando 600 mil pessoas perdem o direito ao programa Bolsa Família e quando se anuncia o aumento de idade para a aposentadoria, são os excluídos os mais afetados. A categoria bancária, por exemplo, será afetada com a reforma da Previdência, muito impactada pela terceirização na atividade-fim e na perda de direitos como vale-cultura, um ganho da última campanha salarial.”

Servidor público, Hélcio Marcelino – Secretário de Organização da São Paulo

“O Grito dos Excluídos sempre foi uma marca histórica na luta dos menos favorecidos e das entidades que organizam os que não têm acesso às benesses do capitalismo no nosso País. Neste ano, com o golpe consolidado, o Grito ganha uma importância a mais. Com os cortes em áreas como a saúde e a destruição do SUS que está apontada pela frente, quem mais precisa do sistema público de saúde, a população de baixa renda, serão os mais prejudicados porque terão que arcar com custos de suas consultas e tratamentos.”

Urbanitário, Carlos Fábio – coordenador da CUT Campinas

“O Grito dos Excluídos em Campinas contou com a participação de inúmeros movimentos sociais. Gritamos por moradia, pelo direito à terra, contra a exclusão social e para que não tenhamos retrocesso nos direitos alcançados pelos trabalhadores ao longo de muitos anos”

Servidor público, João Batista Gomes – Secretário de Mobilização da São Paulo

“O povo trabalhador está na rua para dizer que nossa verdadeira independência passa por colocar para fora esse governo golpista que quer entregar todas as riquezas da nação. Como o pré-sal, os direitos dos trabalhadores. É importante que continuemos na rua para levar as bandeiras do Fora Temer e Nenhum Direito a Menos, construindo também o Dia Nacional de Paralisação em 22 de setembro. Neste cenário de golpe, uma das lutas que nós servidores temos feito é contra as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) 241 e 257 que irão afetar em cheio o funcionalismo e toda a sociedade”.

Fonte: CUT São Paulo

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