SECOR fortalece laços com Embu das Artes em visita à liderança local Rosangela Santos
Na última quinta-feira (31), uma comitiva do Sindicato dos Comerciários d [...]
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A 2ª Secretária Geral do Secor, Kelly Domingos, e o diretor Edson Bertoldo, participaram do Encontro Nacional dos Comerciários e colocaram no desenvolvimento dos trabalhos da Contracs a data-base dos comerciários unificada.
O coordenador-adjunto de relações sindicais do Dieese, Airton dos Santos, destacou que o setor do comércio representava, em 2015, 12% do produto interno bruto (PIB) durante a mesa de conjuntura política e econômica – Os impactos no setor do comércio do III Encontro Nacional dos Comerciários, nesta terça-feira (02), em Guarulhos (SP).
Airton destacou a crise política e econômica que o Brasil atravessa e que é incerto determinar sua origem. “Dizem que se resolvesse a questão política, a questão econômica se resolve também e outros acham que precisa acertas as questões econômicas e, automaticamente, a questão política vai se resolver.”
O coordenador-adjunto reiterou que o calcanhar de Aquiles do Brasil é como resolver a distribuição da riqueza produzida, uma vez que o país é a 7ª economia do mundo – já tendo chegado a 6ª. Segundo ele, a falta de distribuição da riqueza produzida é a responsável por fazer do Brasil um país muito desigual. Airton dos Santos lembrou que essa desigualdade gera a naturalização da pobreza mantendo a separação da sociedade que deveria ter acabado no final do século XIX.
Setor do comércio
Em 2014, o Brasil tinha mais de 9 milhões de comerciários, representando 20% dos trabalhadores e trabalhadoras formais, ficando atrás somente do setor de serviços.
Airton destacou que a projeção para 2016 é de fechamento de 500 mil postos de trabalho. Entre os estados com maior número de estabelecimentos comerciais, em 2013, Airton elencou São Paulo, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Roraima é o estado com menos estabelecimentos comerciais no país.
Ao destacar a importância do comércio, Airton mostrou que o volume de vendas do comércio de 2001 a 2015 foi de 90% enquanto o PIB cresceu apenas 51%.
Mesmo diante da crise, grandes empresas como Pão de Açúcar, Renner, B2W Digital e Americanas continuam crescendo em 2015. Já Magazine Luiza, Marisa e Via Varejo decresceram. “Como consequência há mais dificuldades nas mesas de negociações e é preciso estar prevenido.” afirmou o palestrante.
Airton salientou a concentração de capital no setor, que é ruim para a economia, para o consumidor e para o trabalhador. Segundo ele, os processos de fusão e aquisição no comércio não são novidades, mas ganharam impulso recentemente. As fusões do setor tiveram seu auge em 2008, quando 27 empresas do varejo e 2 supermercados se fundiram. Como consequência, os sindicatos enfrentam negociações com corporações muito poderosas.
Entre os impactos da mudança para os trabalhadores e sindicatos é a diversificação dos negócios das empresas através da financeirização do comércio, que flexibiliza as relações de trabalho, gera demissões, intensifica o ritmo de trabalho, impacta na negociação coletiva e no local em que as grandes empresas são implementadas e geram insegurança pelas mudanças nas metas empresariais e nos processos de trabalho.
Entre outros dados significativos do setor, o técnico do Dieese destacou que a rotatividade global e descontada era de cerca de 40% em 2013. Em 2016, as movimentações do setor mostram que o comércio está perdendo postos de trabalho. Somente até junho deste ano, o Brasil fechou mais de 250 mil postos de trabalho no setor.
Embora a jornada média seja mais extensa que a jornada legal permitida – variando de 43 horas semanais a 48 horas semanais, em 2015 os reajustes salariais acima da inflação atingiram apenas 53,4% das negociações.
Ao finalizar, Airton dos Santos destacou que é preciso enfrentar a baixa remuneração, a informalidade, a extensa jornada, o comércio eletrônico e a concentração do capital no setor e destacou que, para tanto, as possibilidades podem estar na unificação da convenção através de um acordo nacional do comércio, a instituição de uma data-base ou de uma estratégia de negociação unificada, o estabelecimento de um piso nacional unificado e a negociação de um acordo coletivo nacional com as grandes redes.
Fonte: Contracs
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