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Maioria dos desempregados é de pretos ou pardos e mulheres

Publicado em: 19/09/2014
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O Brasil tinha 6,7 milhões de desempregados no ano passado, de um total de 102,5 milhões de pessoas economicamente ativas, de acordo com a versão mais recente da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os pretos e pardos, que são 53,1% da população, figuram como a maioria dos desempregados: 60,6% no ano passado. Sua participação no total da população desocupada, por sinal, teve um pequeno aumento, pois em 2012 era de 59,9%.

O uso do termo “preto” costuma ser criticado nas redes sociais como supostamente preconceituoso, mas é a terminologia oficial da pesquisa do IBGE. O grupo mais genérico de “negros” reúne as cores específicas, “preta” e “parda”, explica o IBGE.

Com relação a gênero, as mulheres são as que mais sofrem com o desemprego: elas são 56,9% das pessoas sem trabalho. Como comparação, sua participação na população geral é de 51,3%.

Apesar de continuarem liderando o desemprego, houve uma pequena melhora para elas em relação ao ano anterior, quando correspondiam a 58% do total de desempregados.

Entre os desocupados, 68,8% já haviam trabalhado antes e apenas 31,2% nunca participaram do mercado de trabalho.

Outra característica dos desempregados no país é a baixa escolaridade: 50,8% deles não completaram o ensino médio.

A faixa etária que tem a maior participação na população desocupada é a dos jovens, particularmente entre 18 e 24 anos de idade, na qual estão 32,6% dos desempregados.

“Só contratam negras maravilhosas”
Carolina de Souza Batista é carioca, negra, tem 19 anos, ainda não completou o ensino médio e começou a procurar trabalho como vendedora no Rio de Janeiro há aproximadamente dois meses. A jovem se enquadra exatamente no perfil da maioria da população desempregada do Brasil, descrita na Pnad.

Ela sonha em cursar faculdade de medicina ou nutrição. Reprovada duas vezes no colégio, decidiu fazer um curso técnico em estética enquanto termina o supletivo, para ganhar o próprio dinheiro e deixar de depender da mãe.

“Como é que a gente vai conseguir o primeiro emprego sem experiência? Já distribuí vários currículos, mas não fui chamada para nenhum. Talvez porque eu não tenha o ensino médio. Eu tenho inglês, mas não consegui”, afirmou.

Além do desafio de conquistar o primeiro emprego, também sofre com o preconceito. Ela diz que na maior parte das lojas o perfil das vendedoras é de meninas loiras de cabelo liso. “Às vezes sinto vontade de mandar o currículo, mas, quando eles contratam negras, são sempre aquelas negras maravilhosas, que a gente não está acostumado a ver. Nunca são as negras comuns”, disse.

Intervalo de confiança
Por ser uma pesquisa por amostra, as variáveis divulgadas pela Pnad estão dentro de um intervalo numérico, que é o chamado “erro amostral”. Segundo o IBGE, não há uma margem de erro específica para toda a amostra. Para a Pnad 2013, foram ouvidas 362.555 pessoas em 148.697 domicílios pelo país.

Fonte: UOL

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