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Projeções mais otimistas indicam que crescimento das vendas do comércio varejista ampliado será de no máximo 2% este ano
O medo do consumidor de perder o emprego já afetou as vendas do comércio e deve continuar nos próximos meses, prevê o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Cláudio Felisoni de Ângelo. A projeção mais otimista do instituto é que as vendas do comércio varejista ampliado cresçam no máximo 2% este ano em comparação a 8% em 2,012. O comércio varejista ampliado inclui veículos e materiais de construção e subiu 3,7% neste ano até junho, segundo o IBGE.
O especialista em comércio varejista acaba de concluir uma pesquisa com 500 consumidores na cidade de São Paulo para avaliar o medo das pessoas de perderem emprego e o resultado não foi animador. No fim do primeiro semestre, 17,3% dos entrevistados declararam que temiam o desemprego. Esse resultado subiu para 19,6% neste trimestre e pode passar de 20% no último trimestre deste ano, de acordo com os entrevistados. Esse resultado contraria o comportamento normal do emprego e da atividade que crescem no fim do ano.
“Embora a taxa de desemprego continue praticamente estável, hoje o consumidor tem uma percepção que cresceu o risco de ficar desempregado”, afirma Felisoni. “É exatamente a partir dessa percepção que as pessoas definem o seu consumo”, acrescenta.
Desemprego. Além de pesquisar como anda o medo do consumidor de perder o emprego, o especialista realizou um estudo econométrico inédito para medir o impacto do desemprego no consumo. Para isso, o economista avaliou entre janeiro de 2003 e maio de 2013 a relação entre o comportamento das vendas no varejo e as variáveis renda, crédito e taxa de desemprego.
O estudo mostrou que o aumento de 1% em 12 meses na disponibilidade de crédito e renda amplia em 0,35% as vendas no varejo em igual período. Já um acréscimo de 1% na taxa de desemprego por dois meses seguidos reduz em 0,33% o volume de vendas no varejo.
“O aumento da expectativa de desemprego praticamente anula o efeito positivo dos ganhos de renda e de crédito no varejo”, diz Felisoni.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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