Segundo o presidente e CEO do Walmart para América Latina, Enrique Ostale, a mudança ocorreu por uma decisão pessoal do atual presidente e não está relacionada ao desempenho operacional da companhia. “Estamos respeitando a decisão de Samaha e otimistas com as mudanças que estamos vendo em nossos resultados”, disse Ostale.

O Walmart divulgará nesta quinta-feira o desempenho do segundo trimestre deste ano. No primeiro trimestre, o Walmart perdeu vigor no Brasil em relação aos concorrentes. As vendas brutas da maior varejista do mundo cresceram 5,5% no País em relação a igual período de 2012. Enquanto isso, os rivais Pão de Açúcar e Carrefour, líder e vice-líder do setor supermercadista, ampliaram as receitas brutas em 10,6% e 13,3%, respectivamente, no primeiro trimestre.

Além de crescer menos do que os concorrentes, a filial brasileira enfrenta denúncias de violação às normas do programa global de combate à corrupção da matriz.

No ano passado, o Walmart faturou no Brasil R$ 25,9 bilhões, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Nos últimos anos, a filial brasileira tem respondido por cerca de 3% das vendas brutas da companhia no mundo. No primeiro semestre do ano passado, o desempenho da operação brasileira foi alvo de críticas da matriz que via espaço para melhorar o seu desempenho na operação global.

Na avaliação de Ostale, a entrada do novo presidente não muda o foco estratégico da companhia perseguido nos últimos anos, que tem sido “buscar bases sólidas para melhorar o desempenho e a rentabilidade”. “A nossa política de preço baixo todo dia é parte essencial da nossa estratégia e estamos muito satisfeitos com os resultados dessa política implantada há três anos”, afirmou.

Perfil. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, com mestrado e doutorado pela mesma escola, Guilherme Loureiro vem do outro lado do balcão. Durante 24 anos foi executivo da Unilever, onde ocupou vários cargos nas áreas de finanças, operações e desenvolvimento de novos negócios no Brasil, Chile, México, Reino Unido e EUA. Seu último cargo na indústria foi vice-presidente sênior de Estratégia Corporativa, Desenvolvimento de Negócios e presidente da Unilever Ventures.

“O perfil de Loureiro é diferente do de Samaha”, observou Ostale, fazendo referência ao fato de ele ser egresso da indústria e não do varejo. “Há dez meses na empresa, ele passa por um profundo processo de treinamento e conhecimento do negócio.” Segundo Ostale, o novo presidente tem uma formação muito sólida e mostrou nos cargos assumidos capacidade profissional para liderar pessoas.

Fonte: Estadão