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Zara recorre de decisão que a culpa por trabalho escravo

Publicado em: 17/04/2014
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A espanhola Inditex, dona da Zara e maior varejista de moda do mundo, entrou ontem com recurso ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo contra a decisão anunciada na segunda-feira pela 3ª Vara. Esta considerou a Zara Brasil culpada na ação que investigava acusação de trabalho análogo à escravidão em oficinas de costura subcontratadas pela AHA. Esta empresa havia sido contratada para fornecer roupas para a Zara Brasil.

Em maio de 2011, em instalações da AHA, em Americana (SP), foram registrados pela fiscalização do Ministério Público do Trabalho 52 tipos de irregularidades, que iam desde mão de obra infantil, falta de higiene, remuneração abaixo do piso até discriminação racial – a maioria dos trabalhadores encontrados em situação irregular era de bolivianos.

A Zara Brasil entrou, em setembro de 2012, com um pedido de anulação dos autos de infração contra ela pois julgava que era a AHA que deveria ser investigada e punida. A resposta a esse pedido foi dada pela justiça trabalhista na segunda-feira. “Com total respeito pela decisão judicial, a Zara Brasil considera que a sentença da 3ª Vara do Trabalho de São Paulo não levou em consideração a omissão consciente da empresa AHA na produção realizada em oficinas de costura em 2011”, informou a varejista, em nota.

“O fornecedor AHA desviou peças a subcontratados sem o conhecimento da Zara Brasil, obtendo assim lucro econômico, o que não foi levado em conta pelo Tribunal. A Zara Brasil jamais obteve qualquer vantagem financeira com a irregularidade cometida pela AHA. Já a empresa que realmente cometeu as irregularidades e graças a ela obteve vantagens econômicas, não foi sequer investigada, julgada ou punida. Ao contrário, segue atuando no mercado normalmente”, informa a nota, assinada pela Zara Brasil e pela Inditex.

Em agosto de 2012, a Zara informou que havia assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e que estava fiscalizando seus fornecedores no Brasil de seis em seis meses.

Fonte: Valor Econômico

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