Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024 -

Publicado em: 15/10/2015

A quase um mês da Marcha das Mulheres Negras, a Central Única dos Trabalhadores lança no segundo dia do 12º ConCut, a Década Internacional dos Afrodescendentes. “Nada mais oportuno do que fazer o lançamento dessa década no ConCut. É no mercado de trabalho que os negros e negras mais percebem o preconceito racial. E nós como sindicalistas temos a obrigação de defender a igualdade de direitos”, destacou a secretária de Combate ao Racismo da CUT Nacional, Maria Júlia

A década foi instituída pela Organização das Nações Unidas, por meio da resolução 68/237 da assembleia geral que determinou que entre 2015 e 2024, todos os estados membros, sociedade civil e todos os outros atores relevantes, devem tomar medidas eficazes para implementação de programas e atividades que debatam questões raciais, combate ao racismo, valorização e promoção do patrimônio diversificado, da cultura e da contribuição dos afrodescendentes para a sociedade.  

Na mística de abertura organizada pela CUT, na manhç desta quarta-feira, dia 14, capoeiristas realizaram uma apresentação e demonstraram o porquê da capoeira ser patrimônio cultural e imaterial brasileiro. Segundo Maria Júlia a apresentação foi escolhida, pois ressalta a importância da capoeira que sobreviveu a todos os tipos de preconceitos e firmou-se com símbolo de resistência que muito orgulha e inspira todos os afrodescendentes.

Ao apresentar os objetivos da Década Internacional, a secretária destacou o papel dos negros no Brasil e chamou a atenção de todos ao apontar as dificuldades enfrentadas pelos negros no mercado de trabalho. Os negros correspondem a 48% dos ocupados, mas recebem por seu trabalho 63,9% do que recebem os não negros.

“No Brasil a luta do movimento negro é contra o racismo ainda velado. É contra a dificuldade do emprego e violência. A cada três pessoas assassinadas, duas sço negras e a solução para tudo isso está na educação e na igualdade de oportunidade”, afirmou Maria Júlia ao relembrar que a CUT, bem como a Contracs, possuem a campanha permanente de combate ao racismo.

Para o presidente reeleito da CUT Nacional, Vagner Freitas, a década é importante para aumentar o engajamento das campanhas contra o preconceito no Brasil. “As oportunidades não sço iguais e as mulheres negras sço duplamente discriminadas. Combater ao preconceito é também combater ao capitalismo, que se aproveita dese absurdo para fazer diferenças nos salários”.

O racismo presente nos meios de comunicação e na televisço, que quase não tem representantes ou personagens negros protagonistas, também foi debatido, por meio da jovem MC Sofia, de 11 anos. Ao fim, Maria Júlia reforçou a importância de todos permanecerem unidos e engajados na luta e convidou todos a participarem da Marcha das Mulheres Negras que ocorre no dia 18 de novembro, em Brasília. 

LEIA TAMBÉM

Secor recebe chefe de gabinete da deputada estadual Márcia Lia do PT, Meire Silva

Na última sexta-feira, dia 12 de abril, o Sindicato dos Empregados no Com [...]
LEIA MAIS