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Em protesto no centro de São Paulo, centrais pedem segurança para trabalhador

Publicado em: 26/04/2013
Marcelo Camargo/ABr

Marcelo Camargo/ABr

Centrais sindicais fizeram hoje (26) ato em São Paulo pelo fim dos acidentes de trabalho. O protesto teve início por volta das 9h, em frente à sede da Força Sindical, na Liberdade, e terminou às 12h, em frente à Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, no centro. A Polícia Militar estimou em 3 mil o número de participantes. Participaram a CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CGTB. O ato marca o Dia em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, celebrado mundialmente no domingo (28).

O pedreiro Antônio Carlos Carvalho, 40 anos, trabalha há 15 anos na construção civil e acredita que nesse período houve avanços na exigência de equipamentos, mas ainda é comum o descumprimento de normas de segurança, tanto por empresas quanto por funcionários. “Já vi muitos acidentes ocorrerem, mas ainda bem que nenhum com morte. A empresa tem que ficar em cima e o funcionário tem que cumprir. Se não for assim, todo mundo se dá mal”, disse.

A secretária nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Junéia Martins Batista, disse, em nota da central, que é urgente que o trabalhador tome consciência dessa situação e perceba que as grandes responsáveis pelos acidentes e doenças do trabalho são as empresas, que não investem em prevenção, impõem jornadas extenuantes aos empregados e se utilizam de mecanismos altamente prejudiciais à saúde para cobrar o aumento frenético da produção. “A raiz do problema está na organização do trabalho que inclui a má qualidade de ambientes físicos, a forma de organizar as rotinas de trabalho, os mecanismos psicológicos perversos para o atingimento de metas de produção cada vez mais desumanas, o excesso de jornada, entre outros itens”, ressalta.

O secretário-adjunto de Relações de Trabalho da CUT, Eduardo Guterra, diz que o Estado precisa ter mais rigor na fiscalização, autuando essas empresas. “Trata-se de uma medida urgente e primordial para a diminuição dessas ocorrências no Brasil, que têm números cada vez mais alarmantes”, declara.

A data foi instituída por iniciativa de sindicatos canadenses e escolhida em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969. No Brasil, em maio de 2005, foi promulgada a Lei nº 11.121, criando o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

“Reunimos várias categorias, mas a maioria é formada por  trabalhadores da construção civil, que, além de estarem em campanha salarial, enfrentam historicamente essa questão dos acidentes”, explicou João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical. O dirigente disse que o local escolhido para encerrar o ato é simbólico. Para ele, o Ministério do Trabalho deve estar atento às políticas públicas necessárias à diminuição do número de acidentes.

Em todo o mundo, milhões de trabalhadores/as se acidentam e, centenas de milhares, morrem no exercício do trabalho a cada ano. No Brasil, os números também são alarmantes. As estatísticas oficiais do Ministério da Previdência demonstram que em 2011 foram registrados 711 mil casos de acidentes de trabalho, com 2.844 mortes de trabalhadores/as  e 14.811 sofreram incapacidade permanente.

Segundo informações do site da CUT, todos os anos são gastos em nosso país bilhões de reais em recursos públicos com os acidentes do trabalho. Em 2008 foram R$ 46 bilhões, com assistência médica, benefícios por incapacidade temporária ou permanente e pensões por morte de trabalhadores/as vítimas das más condições de trabalho. Esta situação só persiste porque as empresas não cumprem as leis de proteção da integridade física dos trabalhadores em seus locais de trabalho e a fiscalização do governo é falha.

Para o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, a redução de acidentes passa pela democratização dos ambientes de trabalho, com a formação de comissões internas de Prevenção de Acidentes (Cipa). “Algumas são formadas apenas para constar. É necessário fortalecer esses instrumentos para que o trabalhador se comprometa e diga não às condições insalubres”, avaliou.

Fonte: Rede Brasil Atual

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